Começa a anoitecer e os postes se ligam.
Em casa, todos se levantam e ligam as luzes. É difícil fazer qualquer coisa no escuro, tendo em vista que evoluímos como espécie diurna.
Basta olhar as fotos coletadas do espaço pelo VIIRS (https://earthdata.nasa.gov/.../download-nrt-data/viirs-nrt) da NASA, para entendermos como a noite é diretamente impactada pelos humanos.
De fato, essa luminosidade é tão intensa que o termo científico é “poluição luminosa”.
Mas afinal, toda essa alteração ambiental pode afetar os animais? A resposta direta é SIM, mas vamos aos fatos.
Em 2018, um grupo de pesquisa avaliou 76 estudos publicados com 62 mamíferos em seis continentes (https://www.science.org/doi/10.1126/science.aar7121) e constatou que os animais se tornam mais noturnos para evitar os humanos.
A luminosidade urbana, sem sombra de dúvida, é um aspecto relevante nessa alteração. Ainda, publicações recentes mostraram que as aves vivendo nas áreas urbanas alteram seu padrão de atividade.
Basicamente, os animais estão dormindo menos e estão se alimentando em horários diferentes.
Uma consequência direta disso é que a saúde dos animais podem ser afetadas. Veja, por exemplo, o trabalho realizado com um passarinho europeu (Parus major) e publicado na revista Global Change Biology (https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/gcb.13756) .
Os pesquisadores fizeram uma série de experimentos e verificaram que as aves expostas a luminosidade maior tinham uma probabilidade maior de estar infectada por malária.
Por que isso é importante?
Em primeiro lugar, nós devemos refletir como nós afetamos as outras espécies, já que, até o momento somos a única que pode refletir sobre e, talvez, fazer alguma diferença.
Em segundo lugar, olhar os animais nos dão pistas de como essas alterações também nos afetam.
Sim, a luz urbana também nos afeta, apesar de não repararmos.
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